Bom dia Guerreir@s!!!
Os fãs de esportes de luta dificilmente acreditariam, se consultados há um ano, que a Rede Globo passaria a transmitir as lutas nas noites de sábado desde Novembro do ano passado. Antes relegados a aficionados, esportes violentos não costumavam ter espaço em redes de ampla cobertura. Hoje, quem não conhece Anderson Silva? A popularização do chamado MMA (Mixed Martial Arts), mais conhecido aqui no Brasil como ‘vale tudo’, se deve muito à prática e disseminação mundial do jiu-jitsu brasileiro (cujos pioneiros foram os Gracie no final dos anos 80), mas é democrático o suficiente para acomodar o judô, o aikidô, o kung-fu, o boxe, o karatê e o muay-thai, justamente o que torna o esporte tão popular hoje.
Assim como em todas as artes marciais, o corpo treinado não é nada sem a mente. O que aprendi com o Karatê:
Persistência: A derrota faz parte do aprendizado do karateca (praticante do Karatê). Ele precisa aproveitar suas derrotas para se erguer mais forte. A frustração da perda serve como alimento da perseverança e determinação. “se cair 10 vezes, levante-se 11”, é um dos lemas do Karatê.
Conjunto e equilíbrio: Dar um soco não é tão simples quanto fechar o punho e esticar o braço. Um soco potente é dado com todo o corpo, como resultado de um ombro bem colocado, que é empurrado pelo quadril, que é apoiado pela perna. Um conjunto bem equilibrado é que garante a força dos golpes. O equilíbrio também se dá no ‘tandem’, região do baixo ventre que é o centro de equilíbrio do corpo.
Competitividade: O karatê é a arte da não agressão. O confronto deve ser o último recurso. Um karateca bem treinado pode ser mortífero e por isso, precisa conter o espírito de agressão. Seu treinamento mental exige a disciplina de não se deixar levar pelas provocações e manter a serenidade diante de ambientes agressivos e hostis.
Auto-conhecimento: O principal adversário do karateca é ele mesmo. As barreiras que o impedem de se tornar mais eficaz e forte residem em sua própria mente. A prática do Karatê permite a descoberta de nossas limitações e fraquezas. Se treinado com afinco, logo descobrimos até onde podemos ir e o que não conseguimos fazer. Com este autoconhecimento podemos avaliar nosso progresso, o aprimoramento das competências e a redução dos erros.
Busca da perfeição: Um dos tipos de treino do Karatê é o Kata, que significa ‘forma’, uma seqüência de movimentos pré-definidos (são 26 Katas no estilo Shotokan) que simulam um combate contra lutadores imaginários. Assim como uma dança, o karateca pode aprender os movimentos de um kata em apenas um mês de treino. Por outro lado, podem ser necessários anos de treinos exaustivos até que os movimentos de um kata fiquem perfeitos. A perfeição e a melhoria são perseguidos constantemente, e ele sabe que nunca serão plenamente alcançados.
Visão: Para quebrar uma telha ou uma madeira, o karateca é treinado para concentrar seu foco de visão para além do objeto que deve quebrar. Visualizar seu soco atingindo apenas o objeto não é o mesmo que visualizar seu soco atravessando o objeto. Para obter o resultado desejado, é preciso ‘ir além’ do objetivo, pensar mais adiante, mais além da meta.
Paciência e esforço: É preciso muito treino para se tornar um faixa preta. Pelo menos cinco anos ininterruptos para então descobrir que o verdadeiro Karatê começa na faixa preta. Para dar um bom chute ou um soco bem feito, é preciso repetir dez mil vezes o golpe de forma correta até entender e incorporar a biomecânica do golpe. Em uma situação de luta, é preciso saber esperar o momento certo para aplicar certos golpes e é preciso muito treino para aplicar o golpe mais apropriado e de forma correta no meio da luta. O karateca sabe que o treino é exaustivo para que, na hora da necessidade, ele não precise pensar que golpe usar, mas que o mesmo venha de forma instintiva e automática. O esforço extenuante, o cansaço e a rigidez só servem para cimentar sua determinação, lapidar sua força de vontade e forjar seu caráter e espírito de luta.
Texto completo em: http://migre.me/ftKvy (Empreendedorismo e Artes Marciais)
Lutadores de Shoot Wrestling ofereciam um equilíbrio entre wrestling amador e wrestling de pegada, resultando em habilidades bem balanceadas. Os lutadores de Shoot Wrestling eram especialmente bem sucedidos no Japão. Com as competições tornando-se mais comuns, aqueles com uma base em artes marciais de socos e chutes (striking) tornaram-se mais competitivos à medida que se familiarizavam com takedowns (também conhecido como “derrubada”, que é o ato de levar o oponente ao chão) e finalizações, levando a vitórias não esperadas contra os então dominantes grapplers (aquele que pratica grappling. Wrestlers, lutadores de BJJ, judocas e etc são grapplers.). Posteriormente, os lutadores provenientes dos diversos estilos de grappling acrescentaram técnicas de striking ao seu arsenal.
Esta evolução global e o aumento do cross-training (treinar em várias artes marciais diferentes) resultou em lutadores cada vez mais multidimensionais e bem equilibrados em suas habilidades. Todas essas mudanças ficaram claras quando o campeão do UFC original Royce Gracie que tinha derrotado muitos adversários usando apenas o BJJ enfrentou o então campeão Matt Hughes no UFC 60 e foi derrotado por TKO (Technical Knock Out, ou nocaute técnico, é quando a luta é parada pelo árbitro que percebe o lutador impossibilitado de se defender. O árbitro para a luta a fim de impedir danos desnecessários ao lutador) durante o ground-and-pound (quando um lutador põe o adversário no chão e começa a bater de uma posição superior). Você acompanha a partir de agora uma jornada ao tempo que mostará os golpes e estilos que mudaram o MMA e que hoje são requesitos básicos para qualquer atleta.
A família Gracie, difundiu o Gracie Jiu-Jitsu pelo mundo, arte marcial brasileira desenvolvida através do jiu-jitsu tradicional japonês ensinado por Mitsuyo Maeda, o lendário Hélio Gracie falecido em 2009 desenvolveu um estilo peculiar do Jiu-Jitsu japonês, atualmente conhecido como Brazilian Jiu-Jitsu. Com o passar dos anos, com o ganho de novos adeptos e competições sendo criadas, o Jiu-Jitsu Gracie passou a se chamar pelo mundo de Brazilian Jiu-Jitsu, mas ainda hoje, quando um Gracie luta, o estilo associado a ele é o Gracie Jiu-Jitsu, que tem como diferença maior para o Brazilian Jiu-Jitsu o fato de não ser uma arte para disputa de campeonatos e sim para defesa pessoal e combates reais.
A estrela do UFC 1 foi o brasileiro de 26 anos, faixa-preta de BJJ Royce Gracie, que introduziu a ‘arte suave’ ao mundo quando derrotou três oponentes maiores, mais fortes e mais rápidos que ele, mas que não conseguiram defender suas finalizações mágicas.
Ao final do torneio de oito homens que foi criado para ver qual estilo de arte marcial seria o melhor em uma luta de verdade, Gracie forçou o especialista no Savate Gerard Gordeau a desistir para um mata-leão em apenas 1 minuto e 44 segundos. Royce Gracie foi o membro da família que mais evidenciou a eficácia do Jiu-Jitsu nos ringues do MMA e continua sendo um ícone. Representou o Jiu-Jitsu de sua família com honra e coragem, fazendo desta arte marcial um dos requisitos básicos na formação de um atleta de MMA.
Marco Ruas começou nas artes marciais pelo Judô, aos doze anos. Mais tarde foi para o Boxe, com o professor Santa Rosa, depois para a luta de chão com Oswaldo Alves. Marco Ruas especializou-se em diversas modalidades, como Muay Thai, Boxe, Luta Livre e Jiu-Jitsu. Mas era no Muay Thai que Ruas mais se identificava.
Marco Ruas estreou no UFC 7 no dia 08 de setembro de 1995. Na época o UFC era disputado no formato de torneio, sendo quartas de final, semifinal e final. Nas primeiras edições do UFC, os lutadores tentavam demonstrar que a sua arte era mais eficiente do que a de seus oponentes, mas Marco Ruas já apresentava seu estilo, ele participou sendo o primeiro lutador a não defender uma arte marcial em si. Foram três combates no mesmo evento, sendo que naquela época as lutas não tinham tempo definido, tampouco categoria de peso. A primeira luta foi contra Lary Cureton, a quem Marco Ruas finalizou com uma chave de calcanhar, em seguida enfrentou o campeão mundial de Judô Renco Pardel, a quem finalizou novamente e veio a final contra o gigante Paul Varelans e os momentos históricos.
Todos se lembram dos pizões que Ruas aplicava em Varelans quando este o agarrava, e Ruas o chutava e socava, principalmente com low kicks, minando o grandalhão e sendo campeão.
Posteriormente Ruas diria sua celebre frase de como lutava: “Se você soca e chuta, eu agarro. Se você agarra, eu soco e chuto”. O mundo via pela primeira vez um lutador completo, que sabia lutar em todas as áreas. Marco Ruas iria modificar o mundo das lutas e o MMA ao introduzir o “cross training”, treino total de tudo um pouco de cada luta para o MMA, o que todo lutador faz atualmente.
Quando o assunto é luta, um dos esportes mais lembrados é o boxe. A modalidade que tem como principal arma os braços surgiu na Inglaterra no século 18 e era praticada, inicialmente, pelos homens da nobreza. Com o tempo e depois de muitos golpes, o esporte caiu no gosto popular, foi descoberto pelas mulheres e atualmente vive uma fase de grande ascensão devido à explosão das Artes Marciais Mistas (MMA). Em 1996, com apenas 19 anos, Vitor Belfort venceu seu primeiro torneio de MMA (então Vale-Tudo) no Hawai - o Super Bowl - ao derrotar John ...
Hess, um adversário com mais de 2 metros de altura e 150 kg, em apenas 17 segundos de luta. No mesmo ano foi campeão do principal torneio do mundo: o UFC (Ultimate Fighting Championship) na categoria peso-pesado derrotando por nocaute os lutadores Tra Telligman (105kg), e Scott Ferroso (160kg). As duas lutas foram finalizadas em torno de 1 minuto cada. Além de grandes e pesados, ambos eram mais experientes com um cartel respeitável. Vitor passou a ser chamado desde então de “The Phenom” – o fenômeno – nome pelo qual é conhecido até hoje. Ele é considerado o atleta com as mãos mais rápidas do mundo neste esporte.
Em 16 de outubro de 1998, o UFC foi realizado no Brasil, Vitor Belfort enfrentou um dos maiores lutadores da atualidade, o também brasileiro Wanderlei Silva, que vinha de muitas vitórias. Vitor venceu a luta em 53 segundos em um dos mais espetaculares nocautes vistos até hoje, numa sequência extraordinária de 26 socos em 19 segundos. Hoje o boxe é fundamental para uma luta de MMA.
O nascimento do eficiente ground ‘n’ pound
Nos USA é muito comum as escolas terem como didática a prática de esportes. E um dos esportes mais procurados é o Wrestling. No dia 12 de Julho de 1996 o mundo ficou estarrecido ao ver o americano Mark “The Hammer” Coleman utilizar durante o UFC 10 uma técnica que visava quedar o adversário, obter uma posição dominante e atingi-lo predominantemente com socos e cotoveladas.
Era então criado o termo Ground and pound. Atletas como Kevin Randleman, Mark Kerr e a maioria dos Westlers americanos usam esta técnica em seus combates. Recentemente o americano Chael Sonnem ficou famoso ao “quase” surpreender o brasileiro Andeson Silva na disputa de cinturão dos médios no UFC.
O clinch ou Plam como se diz na Tailândia é uma forma de livrar-se de uma eventual sequência de ataques desferidos pelo oponente, imobilizando os braços do adversário. No Muay Thai é comum o adversário ser agarrado ou puxado pelo membro superior (cabeça), para que lhe sejam desferidas joelhadas tanto no tórax quanto em outras partes do corpo, assim como cotoveladas. O clinch pode durar entre 3 a 10 segundos, mas em 1997 Pelé Landy mostrou ao mundo do MMA que estes três segundos podem ser decisivos ao demonstrar o poder do clinch em uma de suas lutas no IVC. Anos depois Wanderlei Silva utilizou a técnica introduzida no MMA por Rudimar Redrigo e assim derrotou Quinton “Rampage” Jackson em um dos maiores combates da história do MMA no Pride FC.
É inegável que outros atletas também utilizaram desta técnica anteriormente, porém foi depois destes combates que o golpe foi definitivamente introduzido no esporte. Além desses nomes, Murilo Ninja e Mauricio Shogun mostraram que o pisão e o tiro de meta era uma das técnicas mais bem treinadas e utilizadas pela Chute Boxe, e que através desta manobra as defesas no chão se tornaram pautas para qualquer treino básico de MMA.
Com 1,94 de altura e 93 quilos, limite de peso de sua categoria, Jon Jones tem um talento nunca questionado por fãs e especialistas em artes marciais mistas (MMA). Seu cartel é a melhor prova disso: tendo 15 vitórias e apenas uma derrota - ocorrida, na verdade, em função de uma desqualificação, por uso de golpe irregular. “Jones” construiu um repertório espetacular de golpes com uma receita bem mais simples: muito treino.
Suas célebres cotoveladas são tão potentes e velozes que na luta contra o brasileiro Lyoto Machida no UFC 140, abriu um corte profundo na testa do rival e levantaram o debate sobre uma possível proibição do golpe. Depois após vitória contra o americano Rashad Evans este assunto voltou à tona. É evidente que hoje o atleta é o que utiliza da melhor forma esta técnica e suas variações nunca vistas antes tem assombrado seus adversários.
Lyoto possui notáveis vitórias sobre diversos atletas respeitados no esporte: Stephan Bonnar, Thiago Silva, Kazuhiro Nakamura, Rameau Thierry Sokoudjou, Tito Ortiz, Rich Franklin, BJ Penn, Rashad Evans, Maurício Rua e Randy Couture. Machida utiliza um estilo diferenciado de Karatê, apelidado de Karate Machida, que implementa uma posição larga Shotokan e uma estratégia de esquiva.
Trata-se de uma ramificação (ou filtro) do amplo estilo Shotokan voltado para Mixed Martial Arts (MMA). Em 23 de maio de 2009, Machida ganhou o cinturão dos meio-pesados do UFC, do até então invicto Rashad Evans, com um nocaute no segundo round. Desde então a movimentação de Machida se tornou alvo de estudos e muitos lutadores buscam aprimorar suas técnicas inspirado no Dragão brasileiro.
Esses foram apenas alguns feitos que revolucionaram a história do esporte. Com certeza esta lista vai bem além disso e grandes nomes deveriam estar listados neste artigo e em um futuro bem próximo serão relembrados. Ficamos por aqui, se quiser discutir um pouco mais sobre este artigo entre em contato comigo pelo meu perfil no Facebook, será um prazer estender esta conversa.
Escrito por Victor Hugo C. Leite
Fotos: Marcelo Alonso, Susumu Nagao, Josh Edge, ZUFFA e DSE